2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Adolescência e Voluntariado


Segundo Bercker, citado por Zago (s/d), a adolescência advém da puberdade que consiste na transição da infância para a vida adulta. A mesma é também influenciada pela cultura predominante que vai ditar se a adolescência tende a ser mais longa e sofrida, devido à sociedade em que o adolescente está inserido, ou se vai ser facilitada levando, o mesmo, ao conformismo do sistema.
A adolescência é um período de aquisições, ou seja, das operações formais, da internalização da moralidade, de um novo modo de consciência, bem como de profundas e significativas mudanças, tais como, emocionais, físicas, sociais e culturais.
As mudanças físicas repentinas, devido às hormonas, por vezes incomodam o adolescente. Com estas mudanças surgem expectativas próprias, da família e da sociedade, para a inserção num novo espaço social. A procura da independência, o medo de fracassar, os valores aprendidos no seio da família em contraste com o do grupo de pares, a necessidades de adquirir, ou não, os mesmos hábitos para ser aceite no grupo, o desenvolvimento da auto-estima e o despertar para a sexualidade e para a paixão, são conflitos com que o jovem se depara nesta fase da sua vida e que têm que ser ultrapassados para que este se desenvolva de um modo saudável (Zago, s/d).
Segundo Lewis citado por Zago (s/d), com todas estas situações a acontecerem ao mesmo tempo, e com a confusão de papéis com que o adolescente se depara, surge a crise de identidade. Esta surge porque todos os indivíduos necessitam de uma história, de continuidade. Na crise de identidade existe o receio de perder a continuidade da história.
António Costa, presidente da Consultoria Modus Faciendi (Brasil) considera que “O voluntariado, que é uma das formas de protagonismo juvenil, é uma oportunidade educativa que permite às novas gerações se prepararem para o exercício da cidadania. A cidadania não é um conhecimento intelectual. É um exercício, que, como os exercícios físicos, deve ser praticado de forma quotidiana. Praticar voluntariado é vivenciar a alegria de servir, ou seja, de praticar a solidariedade, de ser um cidadão prestante.” (Portal do Voluntariado, 2009)
Ainda segundo Elza Chambel, citando a Declaração de Barcelona, “Quando falamos de crianças e adolescentes são pessoas em processo de formação. Isto faz referência a que nós temos a nossa identidade, a qual se compõe de direitos e deveres. Cada um constrói a sua própria identidade durante o processo de desenvolvimento à medida que matura o seu sentido crítico. Nós somos os construtores da nossa própria identidade, mas isto está também intrinsecamente ligado às pessoas que nos rodeiam e às oportunidades que temos.” (Chambel, Elza “Inovação na Organização do Trabalho Voluntário em Portugal”)
Assim, “a Juventude Cruz Vermelha caracteriza-se por trabalhar os elevados
Princípios Fundamentais da Instituição com jovens e crianças, bem como os valores da cooperação e da solidariedade” sendo “Um campo onde cada um dos jovens que o integra constitui um pilar fundamental para o seu funcionamento e é aberta à colaboração de todas as pessoas cujas ideias e interesses possam ser importantes para o nosso trabalho” (Cruz vermelha Portuguesa, 2009)
Acreditamos então no voluntariado como meio de integração do adolescente na sociedade, acreditamos no voluntariado como meio para um desenvolvimento cognitivo, intelectual, psicológico e social extremamente importante no adolescente. Acreditamos ainda que as actividades de voluntariado são agentes de mudança na vida do adolescente e pedagogicamente correctas para o seu desenvolvimento.


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